Psicologia: Pai autoritário ou educador?

Algumas pessoas me dizem que sou um tanto radical em algumas posturas na educação de meus filhos.

Enfim, cada um faz o melhor que entende para os seus filhos.

E hoje de manhã a minha mulher me mandou para ler um artigo de um site português, onde o pediatra Aldo Naori concede uma entrevista com as suas opiniões.

Ele diz que “Os pais têm de recuperar a autoridade perdida e deixarem de querer agradar aos filhos, ou o mundo estará perdido.

Vou te falar: Concordo e muito com vários pontos dele!

Abaixo segue o link para esta entrevista e copio aqui algumas coisas que adorei o que ele disse:

entrevista Aldo Naouri

 

– As mães não se escandalizam com a mudança de hábitos que lhes aconselha?

–  Nada disso. As mães estão petrificadas na sua angústia e precisam de se libertar. Eu digo, ‘mas não vale a pena angustiarem-se dessa maneira, ser mãe é muito mais simples do que vocês pensam’. Digo-lhes que não vale a pena viverem preocupadas porque a criança não come, não dorme, ou vai ter ciúmes do irmão. O que eu quero é que a criança seja para os pais uma fonte de prazer e felicidade, e não um foco de sofrimento e angústia, e para que isso aconteça, os pais têm de estar descontraídos.

– As nossas avós não viviam nessa angústia…

–  Pois não. Mas viviam num mundo em que havia três tipos de ordem: Deus, Rei e pai. Esse tipo de ordem fazia com que existisse qualquer coisa que as transcendia. Hoje todo o tipo de transcendência desapareceu, e quem ficou no lugar de Deus? A criança!

– Diz que os pais esqueceram o seu papel de educadores porque querem ser amados pelas crianças. Por que é que isto acontece?

– Como todas as crianças, tiveram conflitos com os pais. E como todas as crianças, amam-nos mas guardaram muitos ressentimentos. E não querem que os seus filhos tenham esse tipo de ressentimento em relação a eles. E pensam que a melhor maneira de o fazer é seduzir a criança para que ela o ame. O que é um enorme erro. Porque nesse momento, a relação vertical inverte-se. A hierarquia fica de pernas para o ar, e quando isso acontece, destruímos a crianças.

– Diz que o pai tem de ser egoísta mas também diz que uma das tragédias do mundo moderno é a ausência do pai… Qual é então o papel do pai, para lá de ser egoísta?

– Tem duas funções: a primeira é a de possibilitar à mãe o exercício da sua feminilidade. A segunda é a de se oferecer ao filho ou filha como um escudo contra a invasão da mãe. Porque de outra maneira, a mãe vai tecer à volta do seu filho um útero virtual, extensível até ao infinito.

– O que é um pai castrador?

– Não é um pai autoritário, é um pai fraco, intranquilo, desconfortável na sua pele e na sua posição. O que eu digo é, a sua posição como pai ou mãe está assegurada à partida. Só tem de exercê-la. Uma vez, apareceu-me uma mãe muito alarmada porque a filha não dormia. Aconselhei-a a dizer à criança, antes de dormir: ‘Podes dormir tranquila. Não preciso mais de ti hoje.’ E a criança dormiu a noite toda. Por isso eu digo no fim das consultas, a todas as crianças, tenham elas 1, 7 ou 14 anos, ‘Muito obrigado por me teres trazido os teus pais à consulta. Agora podes ficar descansado, eu ocupo-me deles.’

O QUE DEVEMOS FAZER…

– Palavra de ordem: não compliquem.

– Em todas as idades, devem tomar-se as refeições familiares em conjunto.

E O QUE NÃO DEVEMOS…

– Angustiar-nos com as horas de sono. É absolutamente necessário livrarmo-nos da obsessão do número de horas que eles dormem.

– Bater nunca: nem na mão nem no rabo (bumbum). rs

– Elogiar, só para coisas excepcionais.

– A criança não deve escolher a sua roupa.

– Uma ordem não tem de ser explicada, tem de ser executada. A explicação que é dada ao mesmo tempo que a ordem apaga a hierarquia. Se quiser explicar, só depois da ordem cumprida. A figura parental nunca, mas nunca, tem de se justificar perante o filho.

 

 

Achou radical? Eu não!

 

 

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