Como disse no post anterior, coloco aqui um novo texto elaborado pela parceira Melka Romano. Tivemos uma boa discussão, cada um com o seu ponto de vista.
Após a leitura, gostaria de saber o seu comentário, críticas sempre são bem vindas!
Homens com “útero”
Temos um olhar tão viciado naquilo que se refere ao acolhimento, que de fato, há dificuldade em entender que acolhimento pode e está em atos concretos, práticos e lúdicos.
E que muitas vezes pode parecer não estar cumprindo uma função mas, nós é que não enxergamos que a proposta é outra, mas visa acolher.
Pra ser mais clara: uma banho com o pai pode ter a função de divertimento e não de ficar limpinho e cheiroso. Comer “tranquitos” com o pai pode ser uma proposta para uma conversa gostosa ou uma cumplicidade maior e não ter a função de alimentar-se corretamente.
Certamente o pai coloca o filho na cama utilizando-se de recursos próprios e muitas vezes tecnológicos, diferente da mãe. O pai pode colocar uma musiquinha no iPhone, ligar a TV, deixar o pé do filho descoberto. MAS NUNCA A SEGURANÇA DESCOBERTA!
O pai também pode esquecer-se de apagar a luz, de deixar a casa calma para a rotina da noite.Pode inclusive agitar a casa neste momento, mas tem uma intenção por trás disso: estabelecer relação, vínculo e consequentemente dar existência à relação pai e filho. Justamente isso!
A relação posta é que dá continente ao filho. Mesmo que está relação custe barulhos, bagunças, broncas, simplesmente NÃO, momentos no vídeo game, ou um olhar atencioso ao batom descontextualizado da filha maiorzinha.
A relação é o útero! É na relação que o pai “gesta”um filho e dá a ele um lugar de existência.
Pais que sabem relacionar-se com os filhos, sabem abraçar, chorar, alimentar e até “gerar” um ser para o mundo. Mesmo que este abraço, este choro, esta comida e esta concepção estejam na bagunça de uma casa.
Independente do que se propõe para a boa relação, ela precisa existir! Independente do modo que se é pai, só se é na RELAÇÃO COM O FILHO!