Texto feito por Fabiany Lima
Nós nunca sabemos quando vamos perder um ente querido. Entender e aceitar a morte é uma tarefa extremamente difícil, mesmo para adultos. Em meio a uma turbulência de emoções, ainda temos a dura missão de explicar aos nossos filhos o que está acontecendo. Embora seja um assunto com poucas respostas certas – já que cada criança tem suas particularidades – existem algumas medidas que você pode tomar para ajuda-los a lidar com a morte.
Primeiramente, é preciso ser honesto e estar preparado para responder as perguntas das crianças. Você vai ouvir desde um “Onde ele está?” até “Como é o céu?”. E mesmo que sejam questões que você não saiba responder, o melhor a fazer é ser sincero, ter paciência e dizer o que você acredita que seja verdade. Evite inventar histórias, ou usar metáforas para amenizar a fala pois isso pode confundir a criança.
O segundo passo é saber ouvir. É muito difícil prever qual será a reação de seu filho, portanto preste atenção nos seus sinais e encoraje-o a colocar em palavras aquilo que está sentindo, até porque essa é uma forma de extravasar e aliviar a tristeza pelo menos um pouco.
Lembre-se que crianças tem um jeito muito particular de reagir à morte. É normal que elas estejam super tristes em um momento e segundos depois já estejam brincando em algum canto. Algumas podem chorar, outras não. Seja como for, respeite a reação que elas tiverem e esteja por perto para apoiá-las.
Vale a pena também conversar com seu filho sobre ritos e funerais. Se for a primeira vez que ele presencia esse tipo de situação, explique o que vai acontecer, o sentido e simbolismo de cada ritual. É um momento que fatalmente ele terá que enfrentar um dia, por isso não faz sentido privá-lo. Porém, ele precisa saber o que está acontecendo, até para não causar confusões.
Se a criança estiver com dificuldades de superar o que aconteceu, livros, desenhos e filmes que abordam a morte podem ajudar. Por mais que soe triste e até estranho, as crianças conseguem entender melhor como as coisas funcionam se forem explicadas na forma de histórias. Portanto, a ficção é mais um recurso para auxiliar no momento de luto.
Por fim, minha última dica é: não tenha medo de procurar ajuda se achar que precisa. É plenamente aceitável que você também esteja emocionalmente abalado com a morte de um ente querido e, dessa forma, não tenha forças para amparar seu filho. Isso é natural e não é motivo para criar um sentimento de culpa. Busque ajuda de profissionais ou outros familiares para lidar com a situação.
Perder um ente querido não é uma situação fácil nem para adultos, imagina para crianças. Porém, acredito que pais e filhos podem se ajudar nessa situação e, com paciência e diálogo, todos podem voltar aos poucos à rotina normal.
*Fabiany Lima é mãe de Gêmeas, escritora de livros infantis e criou o aplicativo Timokids, que oferece livros e jogos socioeducativos com ilustrações em 3D narrados e legendados em 4 idiomas e que estimula a interação da família.
Este post tem 2 comentários
Por aqui, no ano passado, tivemos que lidar com a morte do meu pai. Por ter sido um infarto, ninguém se preparou, mas para ele contei que o vovô estava muito mal no hospital e iríamos ver a vovó, para no caminho de 1 hora, ele matutar um pouco. Quando chegamos, falei pra minha namorada e cunhada saírem do carro e o avisei que o vovô havia morrido. Foi muito foda, ele chorou muito, mas nos mantivemos abraçados e, nos dias seguintes, conversamos sempre abertamente sobre o assunto. Superamos a barra juntos ^^
Caramba, meu amigo! Que barra que vocês passaram!!! Gostei muito da sua atitude, você é um cara muito, mas muito do bem, cada dia te admiro mais!!! Obrigado por compartilhar!