Boa Páscoa e Chag Pessach Sameach!



No ano em que temos uma coincidência de data de 2 grandes festas religiosas (Páscoa para os cristãos e Pessach para os judeus) trago um pouco desta festa que é considerada das mais importantes do calendário judaico:
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Entre os dias 30/03 a 07/04 acontece a festa de Pessach, que significa passagem, onde celebramos a saída dos judeus da escravidão do Egito e a sua formação como povo livre (sim, você conhece varios trechos, como as 10 pragas, a travessia do mar que se abriu…)

O Pessach é uma festa conhecida também como “Festa da Libertação”, onde é celebrada a fuga do povo judeu, que viviam como escravos no Egito. O  Pessach é uma palavra hebraica que significa passar além. Passar além geograficamente e passar além simbolicamente, da escravidão à liberdade.

Durante as comemorações um dos preceitos é não consumir alimentos que contenham fermento em seu preparo, onde o “pão ázimo” ou “Matzá”, faz parte dos rituais. e vou contar um pouco sobre este alimento:

A história do “êxodo do Egito” relata que os israelitas, durante a fuga apressada do cativeiro, assaram o pão que haviam preparado, sem esperar a massa crescer. Essa abstinência ao fermento virou então um ritual durante o período desta festa (1 semana) onde nenhum alimento pode ser fermentado, a Matzá tem este formato:

 

Uma das coisas que mais gosto desta festa é um jantar especial de comemoração chamado “Sêder de Pessach”, onde reunimos toda a família ao redor da mesa. Sempre entoamos canções populares e fico com muito orgulho de ver meus filhos e sobrinhos com suas feições alegres cantarolando as rimas em hebraico.

Como parte do ritual de alimentação neste jantar, temos, além do pão ázimo, alguns outros que vale a pena conhecer:

O ovo cozido, chamado beitzá, é um símbolo do luto pela destruição do Templo de Jerusalém;

Um pedaço de osso do cordeiro ou ovelha, chamado zeroá, onde simboliza o poder com que Deus tirou do Egito  povo e o cordeiro nos lembra o cordeiro pascal, sacrificado no Templo.

Um punhado de erva amarga, chamada de marór, simbolizando o sofrimento dos judeus escravos no Egito.

Tem também a mistura de nozes, amêndoas, tâmaras, canela e vinho, (Charósset ) representando a argamassa com a qual os judeus trabalhavam na construção das edificações do faraó.

Um pedaço de salsão, (Karpás – ) Essa verdura, molhada em vinagre ou água salgada, serve para dar o “sabor” do Êxodo.

 

foto do prato com os alimentos mencionados

Muitas famílias mantêm essa tradição de comer estes alimentos ao comemorar a Páscoa Judaica. A festa tem um caráter simbólico e tem como objetivo principal relembrar as dificuldades sofridas durante o período da escravidão, mas, além disso, busca na confraternização simbolizar também a ideia de uma vida nova, uma passagem e transformação. Os alimentos consumidos durante esta festa tem ligação direta com a tradição do povo hebreu e servem para manter viva a história por várias gerações.
No Seder  todos – velhos, adultos e crianças – têm sua função. Tudo gira em torno da tradição que passa de pai para filho, dando, assim, continuidade a esse elo inquebrantável. Durante toda a cerimônia da noite do Seder, é lida a Hagadá (livro que narra a história da libertação). Por esta leitura procura-se ensinar às futuras gerações por que aquela noite não é como as outras.
Inicia-se o Seder com orações e um gole de vinho. A criança mais nova da família começa o ritual com quatro perguntas em forma de canto sobre o sentido das cerimônias e a saída dos judeus do Egito. Passa-se então às leituras da Hagadá. No Pessach são as crianças que conduzem a festa. Cabe a elas abrir a porta para a visita de Elias que, segundo a tradição, visita todos os lares nesta noite para trazer suas bênçãos. São elas também que participam da busca do afikoman, um pedaço de Matzá que os mais velhos escondem pela casa (igualzinho à tradição de procurar os ovos de chocolates da Páscoa cristã!) Em minhas recordações, ao lado das comidas e músicas, era o momento que mais amava, buscar pela casa onde que estava escondido (e tenho tanto orgulho de ver meus filhos e sobrinhos repetindo esta alegria… (Ah! Não podemos ter ovos de páscoa, pois chocolate é fermentado e provavelmente durante a fuga do Egito ficaram sem comer chocolates.. Dureza né?)

Esta festa envolve tantas tradições e costumes que poderia ficar horas escrevendo! Para quem quiser saber mais, fale comigo!

Boa Páscoa e Chag Pessach Sameach!!!

 

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Este post tem 27 comentários

  1. Deia Tomaz

    Muito legal as informações!! Tenho um amigo judeu e já participei de um almoço em sua casa na páscoa!
    Muito legal conhecer diferentes tradições! Enriquece!

    1. Que legal, sempre convidamos pessoas não judias para participarem conosco destas festas!

  2. Sofia Dias

    Olá Adriano adorei conhecer seu blog, menino 5 hein! Parabéns por seus posts curti muito, sou seguidora da mamaesacchi e vou passar a seguir você.

  3. Juliana

    Fiquei encantada com tantos detalhes e significados !! Muito interessante conhecer outras celebrações que acontecem em comum com a Páscoa cristã ! Parabéns e que sua cultura e religião se fortaleçam em seus filhos sempre! Beijos

  4. Claudia Bins

    Que legal, eu não conhecia a tradição da páscoa judaica e amei saber! Parabéns pelo post!

  5. Fanny leão Carpentieri

    adorei conhecer sobre a sua páscoa. Eu da colônia só tenho o nome. Mas me encanta a história e a cultura da sua religião.
    É esse pão? Eh gostoso mesmo?
    Sou louca por Pao!!!!
    Bjosss

  6. Laís Sass

    Adriano, que massa conhecer um outro “tipo” de Páscoa! Deve ser uma delícia também! Acho lindas tradições assim! 🙂

  7. Marcelle Tabosa

    Acho bem legal como os judeus são fies as suas tradições e cultura. As festas são sempre animadas. Tive a oportunidade de participar de umas festividades judias no Colégio Israelita de recife (quando morava lá ainda, há alguns anos. Tenho vários amigos judeus) e achei o máximo.

  8. Fabiana

    Parabéns pelo projeto MPB!! Tenho certeza que vem coisa boa por aí!

    Muito interessante as tradições judaicas. Após essa semana os ovos são permitidos?? Amei a girafinha

    1. Pode o ano inteiro, menos nesta semana! E tadinha da girafa né? (mais ou menos a gente sente assim após uma semana de matzás!)

  9. Muito legal, Bisker. Não conhecia sobre a religião e estou adorando saber!

  10. Não conhecia a tradição judaica para comemorar a páscoa, gostei muito.

    Michele Gobbato – Espaço das Mamães

  11. Alê Nunes

    Adorei conhecer a Páscoa judaíca com o teu texto, linda tradição.

  12. Mãe de Guri & Guria

    Muito bom conhecer essa tradição judaica, com tantos detalhes e conhecimentos novos!

  13. Juliana Carreras

    Muito bom conhecer um pouco mais sobre a Páscoa judaica! E viva a diversidade!

  14. Tatiane Lopes Pereira

    Adriano adorei conhecer a tradição judaica! Que delicia os pratos hein!

  15. Jacky lima

    Sou muito curiosa quando o assunto é tradições judaicas, adorei o post!

  16. Paula

    Muito bom o post. Mas uma dúvida: oferecem algo uns pros outros, como os chocolates na Páscoa cristã. Vcs se presenteiam?

    1. Desde que não leve fermento, podemos nos presentear sim! E temos sim este costume de nos presentear quase em todas as festas (quem não adora um presente? rsrs)

  17. Olá, Adriano! Primeiramente, boa noite!!!

    Venho de uma família, também, judaica, porém, que pouquíssimo me passou a respeito de sua história e tradições. Assim, agradeço-lhe por postar textos tão lindos e informativos a todos nós.

    Tenho aprendido bastante por aqui e, com a matéria que li hoje, não foi diferente. Mas, fiquei com uma dúvida: em qual dia, exatamente, é comemorado o Pessach ?

    Mais uma vez, obrigada e parabéns!

    Chag Pessach Sameach!

    1. Que legal que curtiu o texto, fico feliz!
      O Pessach dura 1 semana e começou semana passada, dia 22/04… Haja matzá!!!
      Chag Pessach Sameach!!!

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